Aprendendo fora de casa
Sabem aquela música que cantávamos em nossa infância enquanto pulávamos corda? “Qual é a cor do seu namorado: preto, branco, loiro ou moreno? Casado, solteiro, viúvo ou desquitado? Casa, apartamento, barracão ou mansão?”
Atualmente a Amanda brinca com suas amiguinhas cantando uma versão parecida, batendo palmas entre si (no estilo “Popeye foi à feira e não sabia o que comprar, comprou uma cadeira pra Olívia se sentar…”). Na versão delas, elas podem se casar com um ladrão, morar na favela etc. Situações bem condizentes com a atualidade! Hahahahah!
Ontem a Amanda comentou: “-Eu coloquei na música também a opção gay!”.
Eu e Celinho nos olhamos com cara de interrogação, tipo “Ela já sabe o significa gay?”, já que nunca tinha nos perguntado sobre isso.
E eu, tentando ser natural, continuei sorrindo:
-É? E o que é gay?
-É quando menino casa com menino.
-Ah, e quem te ensinou?
-Ah, eu aprendi.
-Você leu no dicionário?
E o Celinho complementou: -Ah, deve ter sido no dicionário de inglês, já que gay é uma palavra em inglês.
-Hahahahah! Não, papai, não foi no dicionário. Eu não lembro quem me falou.
-E se menina casar com menina, também se fala gay?
-Hum, não sei, mas acho que é sim!
E foi assim que nossa filhinha de 6 anos aprendeu o significado de ser gay: fora de casa, de forma natural e – imagino eu – sem preconceitos, já que não ficou nos perguntando nada sobre o assunto.
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