Ontem, poucos minutos antes da hora de dormir, a Priscila cismou que queria jogar Wii.
Nós explicamos pra ela que não dava tempo, porque já estava na hora de dormir, e dissemos que poderíamos jogar no dia seguinte.
Ela entendeu tudinho e foi dormir numa boa!
Ela, então, entrou num loop, repetindo sem parar:
– Eu quero jogar Wii! Eu quero jogar Wii! Eu quero jogar Wii!
Eu tentei, o Marcelo tentou, a Letícia tentou, a Amanda tentou. Todos tentamos explicar de novo e dizer que poderíamos jogar Wii no dia seguinte.
E ela? Ignorou todo mundo solenemente e continuou repetindo que queria jogar Wii – e começou a chorar, enquanto continuava repetindo a mesma frase.
De repente, a Amanda recebeu uma inspiração divina! Chamou a Priscila pra sentar no colo dela e falou:
– Sabe o que eu faço quando eu quero muito uma coisa?
Nesse momento, a Priscila parou de chorar – e de repetir a mesma frase – pra prestar atenção na Amanda.
– Eu fecho meus olhos… fecha seus olhos também, bem forte! Fecho minhas mãos também… fecha suas mãos, igual a mim!
E a Priscila foi seguindo as instruções da irmãzona.
– E aí eu penso bem forte naquilo que eu quero! Pensa no joguinho que você quer jogar no Wii. Me fala o nome dele!
– Mario Kart!
– Então vamos imaginar que a gente tá jogando Mario Kart! 3, 2, 1, péééé! Começou!
Nesse momento, eu, Marcelo e Letícia entramos também no mundo da imaginação da Priscila e ficamos fingindo que estávamos dirigindo no Mario Kart.
Cada um falou qual era o seu personagem e ficamos falando coisas do tipo “Ah, vou te passar! Estou em quinto lugar! Poxa, caí no barranco! Eeeee! A Priscila ganhou!!”
E todos comemoraram a “vitória” da Priscila, que, a essa altura, já estava rindo junto conosco!
Pra não dar tempo de ela pensar, logo me levantei e falei que o prêmio dela por ter chegado primeiro que todo mundo ia ser escovar os dentes com muita pasta (só falei isso porque essa é uma coisa que ela gosta de fazer, obviamente. Heheheheh!) e saí correndo pro banheiro.
Pra estimular ainda mais, a Letícia disse que ia lá pegar o prêmio dela primeiro, e a Pri, pra não ficar pra trás, saiu correndo na frente da Lelê pra chegar antes no banheiro.
E assim o cenário de caos foi transformado em cenário de paz e risadas!
Mas a história não acaba aqui! Essa ação que a Amanda teve me fez lembrar de um trecho do livro Como falar para seu filho ouvir e como ouvir para seu filho falar:
Percebeu que eu e Marcelo agimos como na primeira página, e a Amanda agiu como na segunda página?
Eu poderia ter ficado chateada por não ter me lembrado de usar logo essa técnica com a Priscila, mas, pelo contrário: fiquei muito feliz – porque a Amanda só teve a ideia de usar essa técnica por já termos feito isso várias vezes com ela, com a Letícia e com a Priscila também, em outras ocasiões.
É impossível acertarmos sempre. Mas perceber que, quando acertamos, servimos de exemplo para as nossas filhas nos deixa muito orgulhosos!
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