Hoje presenciei uma cena que me fez lembrar de uma frase sobre a qual devemos refletir diariamente:
“Caráter é aquilo que você é quando ninguém está te olhando.” (Epícuro)
Eu estava em uma loja, na fila do caixa, que estava grande e demorada. Atrás de mim, dois adolescentes de uns 14 ou 15 anos conversavam sobre os itens que estavam comprando para uma festa que estavam organizando.
Pausa para um comentário: fiquei impressionada com a imensa fluência da língua portuguesa que eles tinham – em cada frase havia cerca de 2 palavrões, um “tá ligado?” e um “leke” (abreviação de “moleque” – denominação que usavam entre si).
Em menos de 5 minutos de espera, um falou para o outro: “Aí, vê lá se dá pra furar a fila!”. Não sei se ele achou que estava falando baixo o suficiente (e se enganou) ou se a cara de pau era tão grande, que ele nem se importou se alguém estava ouvindo.
O amigo saiu de perto e demorou para voltar. Enquanto isso, vi o adolescente que ficou na fila perguntando para uma menina bonitinha que estava mais atrás (certamente para impressioná-la): “Ele entrou na sua frente?” e, virando-se para um adulto que estava logo atrás dele, falou “Aí, isso aqui é uma fila. O final é lá atrás.”
O adulto, com cara de irritado, respondeu em espanhol que a filha dele já estava na fila antes, terminando com um “¿Qué pasa?”.
O adolescente virou o rosto e ainda debochou, repetindo o “¿Qué pasa?”.
Alguns minutos depois, o amigo voltou, dizendo que até daria pra eles furarem fila, mas “teria que ser na maldade”. O outro, então, respondeu que já estava chegando a vez deles mesmo, então eles poderiam ficar ali.
Sinceramente, a minha vontade foi passar um sermão naqueles meninos, mas me segurei e somente refleti sobre a história. O meu dever é ensinar muito bem às minhas filhas o significado de respeito e caráter, para que ninguém as veja, no futuro, tendo uma atitude parecida com a daqueles “lekes”.
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